Cerveja no parque
Fonte: Folha de São Paulo
http://www.uol.com.br/folha/dimenstein/urbanidade/gd250701.htm
Uma associação de frequentadores conseguiu evitar a degradação naqueles 118 mil m2, cenário de aves aquáticas como o socó-dorminhoco, o biguá e o martim-pescador. No lago, vivem tilápias e carpas coloridas, compondo a paisagem com árvores como figueiras-benjamim, local preferido dos periquitos. Até pouco tempo atrás, suas águas eram poluídas, estopim da mobilização dos vizinhos; a associação nasceu justamente para limpar o lago. "Somos uma espécie de ouvidoria", afirma o advogado Luiz Bonfim, presidente da ASSUAPA (Associação dos Usuários e Amigos do Parque da Aclimação), de modelo semelhante ao existente no Central Park, em Nova York.
"Sem esse tipo de parceria, quase nada podemos fazer", afirma a secretária municipal do Meio Ambiente, Stela Goldenstein, arquiteta do programa de adoção de espaços públicos. Sua secretaria possui somente R$ 8,8 milhões para gerir e conservar 31 parques. Na prática, significa falta de recursos para novos investimentos.
Na onda do marketing social, a Kaiser quer transformar o parque da Aclimação em uma referência cultural ao ar livre. Na concha acústica, ainda a ser reformada, haveria concursos de música clássica, além de atividades artísticas para crianças. "Também queremos entrar no Ibirapuera," afirmou o gerente de comunicação da Kaiser, Rodrigo Aguiar. Não vai ser tão fácil. Já existe uma série de empresas, entre elas o Banco Real, interessadas em expor suas marcas em áreas verdes com gente de alto poder aquisitivo.
No entanto, a Secretaria do Meio Ambiente condicionou a aceitação do patrocínio à adoção, pelas empresas, de áreas verdes na periferia ou abandonadas - a Kaiser, por exemplo, vai ter de assumir o parque Vila dos Remédios, numa área deteriorada na zona oeste.